Esse é o primeiro post de muitos, e já que irei iniciar uma jornada por aqui com vocês, gostaria de explicar nesse post o porquê decidi finalmente criar esse blog.
Antes de mais nada, é preciso que eu comente algumas coisas pessoais com vocês para contextualizar um pouco o meu espaço e objetivo aqui.
Eu amo escrever, eu passei boa parte da minha vida escrevendo muito, sobre muitas coisas, especialmente na adolescência e nos primeiros anos de faculdade.
Escrevia quando estava inspirada, escrevia poesias e cheguei a escrever alguns contos. Nessa época eu tinha bastante medo de julgamentos alheios e achava que ninguém teria interesse em ler os meus textos.
Hoje eu ainda escrevo muito, mas textos mais técnicos e menos interessantes (hehe). Portanto essa também é uma tentativa de resgatar um lado que sinto bastante falta.
Eu igualmente amo ler e criei uma certa compulsão por livros após um período conturbado da minha vida. De alguma forma entendo que as palavras podem me alimentar quando as coisas não vão muito bem e é basicamente isso que eu faço quando estou em momentos críticos ou mesmo quando sinto que preciso de mais inspiração.
Eu também tenho uma grande necessidade de estudar e me aprofundar por aquilo que gosto e, obviamente, a dança tem um espaço muito grande e especial nesse contexto. Aliás, eu iniciei a minha pós graduação em dança e consciência corporal também por isso (a outra razão muito forte foi porque eu entendi que esse caminho poderia contribuir para que eu fosse uma professora melhor, já que amo dar aulas).
Pois bem, dito isso a ideia de ter um blog me permeia há muito tempo, mas só ganhou força recentemente quando eu comecei a criar conteúdo sobre dança e senti uma grande necessidade de ter um espaço melhor para compartilhar alguns estudos e impressões com outras pessoas.
Desde que iniciei no mundo da dança do ventre e tribal (ou seja lá o nome que você preferir), eu sempre procurei aprofundar os meus conhecimentos através de leituras, estudos acadêmicos e tudo o mais que estivesse disponível. Haviam muitas perguntas sem respostas e eu estava sedenta por conhecimento. No entanto, naquela época (há cerca de 9 anos atrás) havia pouquíssimo material disponível, com exceção de alguns blogs excelentes, e isso me frustrava bastante.
Aliás, se pararmos para pensar em termos de estudos escritos sobre dança de uma forma geral, ao compararmos com outras áreas de conhecimento, realmente há menos material, porém hoje já é possível encontrar muita coisa boa disponível, inclusive em português.
Desde que eu comecei a me aprofundar no estudo da dança e do Estilo Tribal de Dança do Ventre (aqui estou me referindo ao Tribal Fusion e ATS®/FCBD® Style) eu também tenho sentido que há muitos aspectos desse estilo que deveriam ser mais divulgados ou mesmo discutidos, mas que são pouco abordados.
Os recentes acontecimentos na comunidade de dança também acenderam esse alerta e me fizeram perceber que às vezes, assuntos que parecem ser corriqueiros para a gente, podem não ser para muitas outras pessoas.
Foi aí que eu entendi também a importância de me posicionar sobre certas questões e poder contribuir com pontos de vista que nem sempre estão evidentes.
Por isso, eu venho me questionando bastante sobre o meu papel dentro da comunidade da dança, especialmente da Dança do Ventre Estilo Tribal e o quanto eu posso ou devo contribuir com a minha experiência, a minha bagagem e as minhas vivências não apenas de dentro do universo da dança, mas também de fora dele.
Se eu entendo que há tantas coisas para serem ditas que poucas pessoas falam, por que eu não falo? Por que eu não contribuo com essas discussões?
Qual é a minha responsabilidade na construção dessa comunidade como dançarina, estudante e professora (educadora)?
Qual é a nossa responsabilidade na construção das nossas comunidades?
Pensando nisso, assim que eu iniciei o processo de compartilhar conteúdos de uma forma um pouco mais estruturada nas minhas redes sociais notei alguns pontos que vocês possivelmente também já perceberam:
1 - com a pandemia e todo o processo de “digitalização” sendo extremamente acelerado nos últimos meses, a menos que se trabalhe diretamente com isso, o alcance das publicações das redes sociais está cada vez mais baixo e a tendência é só piorar. Mais pessoas, mais posts, maior competição pela distribuição. Hoje, se você não consegue seguir as regras impostas por essas plataformas será "penalizado". Isso está limitando muito o número de pessoas que podem ter acesso aos conteúdos.
Em um primeiro momento pode até parecer que é justamente o contrário, já que na teoria temos um "público" maior nessas plataformas, mas quem já observa essa realidade há um tempo deve ter notado uma redução drásticas no número de alcance das postagens nos últimos meses;
2 - O conteúdo que a gente faz se perde no nosso mural e feed, tanto no Facebook quanto no Instagram que são os mais utilizados atualmente. Dê 2 dias, ninguém verá mais o que você postou, e aquela informação tão rica e bacana que poderia servir inclusive como insight ou um ponta pé inicial para o estudo de outras pessoas ficará esquecida;
3 - As redes sociais estão aí para conteúdos superficiais e não aprofundados, por isso também há um limite óbvio de caracteres. Bem, se eu digo que gosto de me aprofundar em coisas já dá para imaginar que muitas delas não caberão em 2.200 caracteres né, rs. Também entendo que esse limite dificulta compartilhar referências de pesquisa com vocês, e isso é algo que eu realmente gostaria de fazer mais.
Mas por que eu estou falando sobre essas coisas?
Porque a gente não pode esquecer que o mundo digital o qual estamos cada vez mais submersos têm um papel bastante definido, e quando falamos em redes sociais esse papel não está atrelado à um aprofundamento de questões. Isso pode até acontecer pontualmente em um momento ou outro, mas jamais será regra. Se estamos lidando com a dança também em um ambiente digital, é importante pensarmos também nessas questões.
Eu vou parar de compartilhar conteúdos nas minhas redes sociais? Não!
Entretanto, ter um espaço apenas meu me dá uma liberdade que não tenho por lá, e se tem uma coisa que eu prezo é a liberdade de não me sentir limitada e nem obrigada a nada, rsrs.
Então, é isso. Se você chegou até aqui, chegou muito provavelmente porque já me conhece ou por meio das minhas redes sociais.
O meu objetivo aqui é fazer desse espaço um local mais apropriado para aprofundar certas questões, trocar informações e experiências com vocês, compartilhar inspirações e ser muito verdadeira comigo e com vocês a respeito desse mundo que permeia a dança (mais especificamente o Estilo Tribal de Dança do Ventre, seja ele o formato ou estilização que for).
Eu fico muito feliz em ter você aqui comigo e agradeço o interesse em acompanhar um pouco do que tenho a dizer aqui.
Esse espaço não é apenas meu, mas é também de vocês e, principalmente, para vocês. Agradeço se quiserem trocar comigo, deixar sugestões de assuntos, perguntas e tudo o mais que quiserem.
Um beijo grande e até a próxima.
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